Quando falamos em desperdício de um modo geral imaginamos que uma quantidade adicional de produto se perdeu durante o seu processo de fabricação ou durante a sua utilização, mas na construção civil esse conceito é bem mais amplo e abrangente. A ocorrência de qualquer tipo de perda gera impactos não apenas na quantidade de um produto, mas em diversos aspectos da obra. Vejamos:
A indústria da construção civil representa uma imensa fatia da economia do nosso país, contribuindo com boa parte do nosso produto interno bruto (PIB), mas infelizmente mesmo com todos os avanços tecnológicos, os resíduos gerados nesse setor ainda são significativos contribuindo assim para o aparecimento de números alarmantes que não devem ser ignorados.
Antigamente dizia-se que o desperdício na construção girava em torno de um terço, ou seja, a cada três edificações construídas, uma era literalmente jogada no lixo. Atualmente após pesquisas e estudos realizados concluiu-se que as perdas de materiais chegam a 8% e as perdas financeiras e de retrabalhos, giram em torno de 30% o que ainda é um número extremamente alarmante.
Um dos principais problemas relativo a esse assunto e mais facilmente detectado é à geração de resíduos de construção e demolição ( RCD ), comumente denominados de entulhos, e o impacto que eles podem gerar uma vez que a destinação inadequado desses resíduos podem ser muito prejudicial ao meio ambiente, por isso quem executa uma obra deve sempre cumprir as obrigações legais contidas na Resolução n° 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que é o órgão que estabelece as diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
Para amenizar esse problema é preciso adotar medidas diretas, como por exemplo, reutilização e reciclagem de materiais dentro do canteiro de obras. Deve-se também investir em tecnologias buscando sempre melhorias da qualidade da obra, o que consequentemente reduzira a quantidade de resíduos.
Outra solução muito inteligente é investir na qualificação dos profissionais que operam dentro do canteiro de obras, fazendo a implantação de técnicas adequadas, a fim de minimizar os erros de execução, evitando assim o retrabalho e a utilização de material extra no orçamento, além da geração desnecessária de entulhos. Um exemplo disso são os reparos feitos para corrigir erros ocorridos durante a execução da alvenaria, quando é “retirada a diferença” com reboco.
Outro fator que devemos levar em conta quando falamos do desperdício na construção é o tempo ocioso de mão de obra e dos equipamentos que geram forte impacto econômico ao final do empreendimento. Há respeito da mão de obra, o tempo perdido pela falta de material para a realização de uma atividade gera um impacto negativo sobre todo processo produtivo, causando grandes perdas para a empresa. O mesmo acontece com equipamentos ou máquinas paradas, decorrentes de problema de logísticas ou de dimensionamento inadequado, devendo isso ser evitado sempre que possível.
Por esse motivo, aplicar recursos financeiros para adquirir soluções na gestão de obras é uma excelente decisão a ser tomada por um empreendedor ou empresa, o que torna possível o controle adequado da obra, e em contrapartida diminui a ocorrência de desperdícios que possam causar danos aos cofres da empresa. Nesse quesito, o item mais relevante a ser observado e controlado é o gerenciamento de obras, pois uma decisão errada em relação à execução de um serviço, pode comprometer o processo como um todo e trazer sérios prejuízos financeiros relativos a custos com mão de obra, matéria prima utilizada e retrabalho.
Para a tomada de decisão é preciso então um controle eficiente das etapas da obra e do processo produtivo adquirido geralmente através do treinamento das pessoas envolvidas no processo, para que ocorra a otimização do layout do canteiro de obras, atentando-se sempre para as questões de logística e organização pois um canteiro com projeto deficiente pode representar a ocorrência de deslocamentos desnecessários de equipamentos e materiais que após serem recebidos precisam ser transportados diversas vezes até serem utilizados na obra.
Uma alternativa que vem sendo muito utilizada é uso de tecnologias móveis (smartphones, tablets, drones etc.) voltadas a construção, sendo essa uma boa opção para aqueles que prezam pela qualidade e eficiência dos serviços e querem diminuir os desperdícios em suas obras. Fazer uso dessas tecnologias é, de fato, algo interessante pois elas favorecem a comunicação e a interatividade e reflete no gerenciamento das obras, intensificando o controle sob todo o processo produtivo, aumentando a segurança além de gerar uma maior produtividade e qualidade, o que automaticamente reflete na redução de custos.
Em resumo, para minimizarmos os problemas causados pelo desperdício na construção civil é necessário planejamento, o que gera a falsa sensação de perda de tempo e dinheiro. Mas é comprovado que dedicar-se com afinco a essa etapa da obra é fundamental para uma boa gestão, e sem dúvida a melhor decisão a ser tomada para confrontarmos essas questões, pois estaremos evitando perdas, ganhando tempo e reduzindo os impactos e que em contrapartida aumenta o lucro final do empreendimento.
Gostou do artigo? Entendeu as consequências geradas pelo desperdício na Construção Civil?
Acompanhe nossas redes sociais (Facebook e Instagram) e fique por dentro de todas nossas publicações. Na próxima semana, nós do Bora pra Obra falaremos para vocês sobre pisos drenantes.
Não percam!
Até lá.