Reaproveitamento de Água

Águas de chuva e seu aproveitamento para consumo não potável

É comum atualmente ouvirmos falar em escassez de água para consumo humano, fazendo com que exista uma procura incansável de soluções para que possamos utiliza-la de forma mais racional. A água potável é algo indispensável à sobrevivência humana e uma forma bastante eficiente de racionalizar o seu uso é a conscientização da população, que cresce de forma desordenada, fazendo com que utilizemos esse bem tão precioso de forma mais responsável, evitando desperdícios e consequentemente sua falta.

Uma das formas de preservação seria estocar as águas provenientes das chuvas (águas pluviais) em reservatórios destinados apenas para esse fim, e utilizá-la em tempos de seca ou de diminuição das chuvas. Definimos em uso não potável, aquele em que utilizamos a água estocada sem nenhum tipo de tratamento e/ou desinfecção, dentre os usos mais comuns estariam, a limpeza de pátios e calçadas, irrigação de jardins, lavagem de carros, utilização em descarga de vaso sanitário, etc.

Com os grandes volumes de chuva vêm também as enxurradas e enchentes, estas são cenas comuns que vemos em centros urbanos, e já ocorre também em nossa cidade. Isso porque o solo se encontra praticamente impermeável devido às construções, pavimentação, solos compactados, e pouca vegetação, onde a água que escoa pelas superfícies é rapidamente levada, e chega aos rios naturais, e estes, não tem como suportar esse grande volume de água, ocasionando alagamentos e em muitos casos também as erosões. Uma outra grande vantagem ambiental na estocagem de águas proveniente das chuvas, é a diminuição desse volume repentino que escoa superficialmente, sendo liberado de forma gradual conforme o uso, facilitando a infiltração de água junto ao solo, ajudando também a repor os estoques de águas junto aos lençóis subterrâneos.

Um modo bastante utilizado e disseminado em todo o Brasil como meio de aproveitamento residencial não potável das águas de chuva, é a construção de cisternas (pré moldadas em concreto, fibra ou PVC, dentre outros) como forma de reservar a água. É necessário decidir então a melhor maneira de captar essa água, por exemplo: de um telhado, ou de um ralo do quintal para a cisterna por meio de tubulações dimensionadas para esse fim. Procure um Profissional para que ele dimensione as tubulações, bombas de recalques ou pressurização se houver, e principalmente, verificar a área de captação existente e a capacidade de reserva disponível.

Lembrando que as cisternas devem ser sempre tampadas, para que evitem a entrada de animais e insetos, e que seja protegida do sol, pois isso auxilia a conservação e a qualidade da água armazenada, evitando a proliferação de fungos e bactérias que podem deixar a água com aparência e cheiro de “podre”.

Para o uso dessa reserva, pode-se utilizar de pequenos conjunto moto-bombas ou pressurizadores, retirando a água de dentro das cisternas e colocando-as disponíveis nos sistemas de tubulações das residências, esse método é utilizado quando as cisternas ficam sobre o solo ou abaixo da superfície, ou ainda quando se deseja levar as águas para reservatórios elevados. A partir de reservatórios elevados, a utilização da água se da por meio de gravidade, sem a necessidade de pressurização, a não ser quando a pressão na rede é insuficiente.

O aproveitamento das chuvas nas residências diminuiria o volume e otimizaria o tratamento de água pelas companhias de saneamento, principal sistema de abastecimento urbano, reduzindo também a busca contínua por novas fontes de água, diminuindo os custos com bombeamento, tubulações, tratamento,… o que poderia ser revertidos na redução das tarifas para o consumidor final.

Quando as águas de chuva forem utilizadas através de uma rede de distribuição, este sistema DEVE ser independente do sistema de tubulações de água potável, não sendo permitida a interligação dos sistemas. É interessante a identificação clara das tubulações, reservatórios e pontos de utilização através de símbolos e cores, além de identificação gráfica dos pontos de consumo com placas de advertências aos usuários com a seguinte inscrição “ÁGUA NÃO POTÁVEL”.

Obs.: tome cuidado para que as crianças não utilizarem dessa água.

Fiquem ligados porque na próxima semana estaremos falando sobre alguns paradigmas existentes na construção civil.

Até lá.

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