O empresário de agronegócio João Carlos Testa (foto), 52 anos, é o novo presidente da Associação Comercial e Empresarial de Cianorte (ACIC) para a gestão 2016-2018. Ele tomou posse na semana passada e já anuncia novidades apesar de já fazer parte do grupo nas administrações anteriores.
Ele é nascido em Cianorte, onde a família se manteve na agricultura vendendo hortifrútis em feiras e sacolão. Sendo que é engenheiro agrônomo e abriu a própria empresa após trabalhar 15 anos numa multinacional do ramo. A Celeiro Agrícola vende insumos agrícolas.
Testa é o entrevistado na coluna Entrevista Especial da Folha de Cianorte. Ele anuncia levar a ACIC para os bairros, a implantação de iluminação natalina, incentivo aos empresários para atualização profissional, ampliar os filiados, entre outras ações que você confere a seguir:
FOLHA DE CIANORTE – O que fez com que você decidisse comandar a ACIC como presidente?
JOÃO TESTA – Todo empresário gosta de desafio. E esse é mais um desafio na minha carreira, profissão. Foi o grande motivador. É o desafio de administrar a Associação Comercial com quase 800 associados e poder trazer alguma ideia, tocar de maneira diferente porque cada empresário tem a sua maneira de levar o seu negócio e enxerga as coisas da sua maneira. Então, com esse grupo de colaboradores, pretendemos colocar a ACIC de uma maneira diferente, trabalhando mais nos bairros, o que é muito importante para nós. E com uma visão de futuro. Porque Cianorte é um polo regional e a ACIC está contida, o que consequentemente dará resultado. Temos projetos em planejamento do futuro, pensando em Cianorte melhor e com visão de associativismo. Sempre com visão empresarial e com resultado.
Quais serão os principais focos de atuação?
No que a ACIC já faz hoje, não tem muita mudança. Temos parcerias com prefeitura, governo estadual, Unimed, Sebrae, fazemos as campanhas de final de ano, as feiras ponta de estoque… já tem muita coisa feita, tem coisas fazendo e com resultado. Mas também teremos mudanças e novidades. Por exemplo, a ACIC no Bairro. Temos que ir nos bairros. O centro é importantíssimo. Mas não podemos esquecer de quem está nos bairros, que também é cidade, faz parte do comércio e da indústria. Depois tem a campanha de Natal, que é muito importante para nós. Temos que achar uma maneira diferente do que fazemos hoje. Como a iluminação de Natal. Mas, quando você quer uma coisa mais glamorosa, sabe que tem um custo. Mas, vamos discutir isso com os comerciantes e empresários e ver o que eles pensam. E a partir daí tomar decisão. Nas adesões coletivas, temos plano de chegar a mais de mil associados. E ampliar as parcerias.
Como funcionará a ACIC no Bairro?
Temos que ir onde os empresários estão e mostrar que a ACIC é a casa deles. E mostrar que temos para oferecer. Os serviços, propostas, capacitação, melhorando a gestão e os funcionários. Isso é lucro para os empresários, o que chamamos de associativismo de resultado.
Como é o trabalho de inovação que você pretende aplicar?
Temos que ter ferramentas para o empresário se preparar melhor perante à situação econômica e política que acontece no país. A inovação é trazer uma ideia diferente do que é feito. Podemos fazer alguma atividade ou reunião em algum bairro. Cada ação tem a sua dificuldade e pode dar certo ou não.
Qual sua visão sobre o vestuário que vive num ciclo de altos e baixos?
Como empresário, vejo que no momento que vivemos, tem que estar preparado, ter uma gestão efetiva do negócio, ter uma visão local, mas antenada globalmente. Todo empresário nesse momento tem que estar centrado e preparado para tomar decisão. Senão não sai desse momento econômico. E isso não é só na confecção. Todo setor tem que estar sintonizado nisso. A confecção vive não só esse ciclo econômico, mas também no ciclo da moda. Se você fizer o dia a dia certinho, vai se adequar ao ciclo econômico. E em todo segmento tem uma seleção natural. E isso pode acontecer nesse momento. Tem que procurar capacitação para ser um bom gestor e aprender a trabalhar em situações atípicas como estamos hoje.
A ACIC tem vários serviços e ferramentas para os associados. Você considera que os empresários usam bem isso?
Estamos na Cacinor que é a Coordenadoria das Associações Comerciais do Norte e Noroeste do Paraná. Há 30 associações e somos a segunda, atrás somente de Maringá. Somos bem ativos e temos um bom resultado. Porém, se o associado usasse melhor a ACIC, poderia ter melhor resultado. Uma das ferramentas é o Sebrae que o empresário pode usar aqui. Ter conhecimento nunca é demais. Somos uma das associações mais atuantes do Paraná.
Qual exemplo seria de um melhor uso da ACIC?
Como os cursos de gestão. O Sebrae tem agora o curso de Top Loja. Quem está fazendo fala: “Nossa! Aprendi uma coisa nova!”. É uma visão pouco diferente do que faz, mas dentro do próprio negócio. Á medida que você muda algo no seu negócio, você traz conhecimento.
Esse é um ano eleitoral. Quais devem ser os projetos dos candidatos para a economia e empresariado de Cianorte?
É uma pergunta difícil no momento econômico e político que vivemos. Todo prefeito que assumir uma cidade como Cianorte, que tem economia diversificada, com indústrias de confecção, alimento, metalmecânica, agricultura,… tem que ter visão de estruturar o município para perpetuação dessas empresas para gerar emprego e renda. Um bom gestor tem que se preocupar com o trabalhador.
Cianorte não tem shopping de varejo e lazer. E está entre duas cidades que tem. Até que ponto isso atrapalha Cianorte?
O direito de ir e vir não podemos cercear jamais. O que podemos fazer é buscar maneiras de fazer com que as pessoas fiquem aqui…não temos shopping fechado, mas temos o comércio nas avenidas, como na Santa Catarina, Goiás e centro. A pessoa não vai deixar de ir a Maringá que tem excelentes shoppings. Mas podemos incentivar as pessoas a ficarem por aqui também.
A campanha de final de ano tem sido um sucesso. A sua intenção é manter esse formato?
Campanha de Natal temos que ter. Estamos discutindo o que vamos fazer. Vai mudar pouco. Temos que adequar à realidade atual. Talvez diminuir o número de carros sorteados. Cianorte responde a isso. No ano passado distribuímos 1,2 milhão de cupons. E temos uma população de 75 mil habitantes. Isso mostra que as pessoas compraram e voltaram a comprar depois no comércio local. Isso mostra também que não só quem é de Cianorte comprou, mas também da região também comprou aqui.
A iluminação natalina é uma demanda da população. Além do custo, tem a questão ambiental em não usar as árvores. Como você avalia isso?
Nós sempre nos preocupamos com meio ambiente. Mesmo porque eu sou engenheiro agrônomo. Ao fazer um projeto com iluminação, tem que ver o impacto disso. Temos uma parceria com a prefeitura e com o Conselho do Meio Ambiente. Já a luz no Natal é uma questão psicológica. Primeiro está relacionado ao nascimento de Cristo. É um momento de alegria, de paz e de amor. Tem essa simbologia. E também é bonito ver um lugar iluminado. Queremos fazer. Vamos orçar, levar o orçamento para os empresários para ver o interesse deles.
O vestuário e a agricultura são muito fortes na região. Até que ponto Cianorte sentiu o impacto da crise econômica?
Andei pela cidade e notei que ainda há compras na cidade. Cianorte tem uma economia diversificada. E o que aparenta é que a crise ainda não chegou a todo vapor. Nota-se que os clientes estão gastando, tem gente abrindo empresas, gente comprando carro e empresa contratando funcionários. É lógico que há setores que não estão contratando. Há até demissões. Mas, de um modo geral, a economia local anda. O duro é quando o município depende de um único tipo de atividade. Cianorte é um polo regional com economia diversificada e que distribuiu renda para seus moradores. Por isso, acho que a crise atinge menos aqui.
Qual seria uma suposta carência de Cianorte para o futuro?
Conheço muitos municípios e para cidade pequena, Cianorte tem um perfil muito bom. Sempre tem que melhorar. Por exemplo, um shopping ou as lojas abertas para compra no varejo, isso eu acho que é uma decisão dos lojistas. É essa decisão de ampliar seus negócios com o varejo. Mas, parece que entre os que trabalham com atacado, não tem intenção de vender no varejo. É difícil a ACIC se intrometer nisso. Já a nossa proximidade com Maringá nos leva a pensar num Conselho de Desenvolvimento para o futuro, dentro de 30 anos. E, no agronegócio, há a cultura da mandioca. Temos pequenos produtores e a mandioca é uma aptidão local. E poderíamos transformar a matéria-prima em derivados. Como tem a Amafil e outras companhias. Fazer isso por produtores e transformar os derivados em produtos nobres. Isso geraria emprego e renda e traria cursos das universidades ligados a alimentos. Como a Avenorte faz com soja e milho, que transforma em carne. Metalmecânica já desenvolve muito forte aqui também.
PERFIL
• NOME: João Carlos Testa
• NASCIMENTO: 2 de agosto de 1963
• LOCAL: Cianorte
• FORMAÇÃO: Engenheiro Agrônomo, UEM, 1991
• PASSATEMPO: Passear com a família e fazer exercícios
• Casado, pai de duas filhas • TIME: Palmeiras
ACIC
• CRIAÇÃO: 12 de maio de 1963
• FILIADOS: 765 associados
• SITE: www.acic-cianorte.com.br
Texto e fotos: Andye Iore
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