No Brasil, o volume de dívidas das Santas Casas e hospitais filantrópicos cresceu de R$ 1,5 bilhão para R$ 21 bilhões nos últimos dez anos.
A constatação, publicada pela Gazeta do Povo no último dia 10, demonstra o quão preocupante é o déficit financeiro do setor, que compromete o atendimento aos usuários, coloca em risco o número de leitos e ameaça fechar as portas das instituições. De acordo com a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, apenas em 2015, 218 hospitais sem fins lucrativos, 11 mil leitos e 39 mil postos de trabalho foram fechados.
Já no Estado, de 59 instituições de saúde filantrópicas filiadas a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná (Femipa) estima-se que 38 acumulam um déficit de cerca de R$ 1 bilhão. O levantamento, que mapeia o volume de dívidas no território estadual, aponta que a situação, assim como ocorre em todo o país, é de alerta. Em Toledo, por exemplo, o Hospital Bom Jesus solicitou o fechamento de 10 leitos de UTI por falta de recursos.
Em Cianorte, o cenário não é diferente. Porém, com a soma de esforços do poder público com a iniciativa privada, a Santa Casa está conseguindo superar a crise financeira que veio a público ao final de 2014 quando, por falta de recursos e com aproximadamente R$ 7 milhões devidos, a instituição ameaçou fechar as portas. Frente ao risco de que o hospital parasse, deixando de atender cerca de 2.500 pessoas por mês, os gestores dos municípios do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Centro Noroeste do Paraná (CISCENOP), com sede na Capital do Vestuário, tomaram uma série de medidas para manter o funcionamento.
A diretoria foi substituída no início de 2015 e, desde então, a Santa Casa vem passando por uma profunda reestruturação, desde o quadro de funcionários até a infraestrutura. Para reforçar os trabalhos de reorganização e a busca por soluções dos problemas financeiros, a Prefeitura de Cianorte disponibilizou funcionários especialistas em saúde pública. Além disso, a entidade contou com o apoio financeiro dos municípios e empréstimos pessoais como, por exemplo, os realizados por Bongiorno e pela Avenorte para o pagamento em dia de funcionários e para a ampliação de leitos da enfermaria.
“É preciso deixar bem claro que a Prefeitura de Cianorte não assumiu a Santa Casa, mas abraçou a causa e luta para manter o que é de direito dos cianortenses: um atendimento público, gratuito e de qualidade à saúde. Já conquistamos resultados expressivos por meio da reestruturação administrativa, renegociação de dívidas, redução de gastos e novos contratos. Enquanto cidades estudam ou anunciam o fechamento de leitos por falta de recursos, conseguimos ampliar em 25%, alcançando 101 unidades. No entanto, a peleja continua. Ainda há déficit para ser vencido e, para isso, precisamos do apoio de gestores públicos, empresários, associações, clubes de serviço e de todos os cidadãos”, concluiu Bongiorno.
Texto e foto: Ascom Prefeitura de Cianorte
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