Completa hoje 12 anos que um grupo de empresários, apaixonados por futebol, assumiu a tarefa de manter o futebol profissional em Cianorte. Nascia ali o Cianorte Futebol Clube, remanescente do Cianorte Associação Física Educativa (CAFÉ), criado em 1958, e do Cianorte Esporte Clube que, por muitos anos, foi comandado pelo João Vilela. Ou, simplesmente, João Bola – de saudosa memória.
João Bola com muito esforço conseguiu devolver o time local para a divisão de elite do futebol paranaense. Mas, não pode ver a concretização do seu sonho. Faleceu antes. Todavia revelou grandes nomes. O mais famoso deles é Ademir Alcântara. Na cidade conhecido como Franguinho (era franzino quando começou no futebol) ele viria mais tarde se transformar em ídolo do Coritiba, do Brasil de Pelotas (RS), passou pelo Internacional (RS) e depois foi para Portugal, onde atingiu o auge da carreira, sagrando-se campeão português vestindo a camisa do Benfica.
E como não falar do Quaresminha? Hoje funcionário público lotado na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, foi batizado de talismã do Cianorte Esporte Clube, do João Bola. Atacante veloz ganhou este apelido por que quando entrava no jogo era decisivo. Mas Cianorte mantém a tradição de produzir talentos no futebol.
O TRIO DE FERRO – A história não podia parar. Há 12 anos nascia o Cianorte Futebol Clube. A mudança de nome decorreu para driblar as pendências que a denominação anterior (Cianorte Esporte Clube) tinha com a Federação Paranaense de Futebol (FPF). A proposta era inovadora – criar um clube empresa. Não por acaso um trio de empresários de sucesso encabeçou o projeto – Marco Franzato, Luiz Carlos Berssani e Marcato.
Aos poucos eles foram conquistando o apoio de outros empresários da cidade. Assim a estrutura do renovado Leão do Vale foi sendo montada. Sempre com os pés no chão conciliando receita com despesa, o Cianorte FC foi ganhando fama de que pagava salários menores que os praticados no mercado, mas com uma vantagem – pagamento em dia e boa estrutura para os atletas e comissão técnica.
Um celeiro de talentos em Cianorte
Adir Kirst é talvez o mais antigo funcionário do Cianorte FC. Por várias temporadas atuou como goleiro – inclusive naquele jogo que o Leão do Vale em 2005, pela Copa do Brasil, aplicou 3 a 0 no estrelado Corinthians, em Maringá. Hoje ele é o gerente de futebol. Compete a ele atuar junto com a comissão técnica na contratação de jogadores.
O resultado deste trabalho é que o Leão do Vale conquistou o respeito no futebol paranaense e se consagrando como uma das melhores equipes do interior – duas vezes campeã do título interiorano, participação na Copa do Brasil e com atuação destacada no Brasileirão da Série D. Agora briga na Justiça para que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reconheça direito adquirido para o Leão disputar a Série C do Brasileirão.
CELEIRO – As escolinhas de futebol mantidas pela Secretaria de Esportes de Cianorte sempre contribuiu para revelar novos talentos que acabam sendo aproveitados pelo Cianorte FC. Pelo menos oito jogadores que disputaram o Campeonato Paranaense Sub 18 em 2013 hoje estão no profissional.
Crias locais deram prosseguimento à carreira hoje atuando em outros clubes. São os casos dos goleiros Danilo e Sílvio, na Chapecoense (SC), goleiro Marcelo (Operário, de Ponta Grossa), Fernandinho (Palmeiras) e o técnico Cláudio Tencati, hoje no Londrina. A relação é enorme com jogadores espalhados Brasil afora. É o Cianorte Futebol Clube marcando seu nome na história do futebol paranaense com apenas 12 anos de sua criação.
Texto: Paulo Tertulino / Foto: Andye Iore
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